As economias socialistas priorizaram os saldos materiais e as metas de produção em detrimento do valor agregado como medida de crescimento econômico. Este foi um erro grave, pois promoveu a produção de matéria bruta e inflou as taxas de produção. Consequentemente, as taxas de "crescimento" soviéticas foram sistematicamente infladas. Parece que os defensores da IA estão caindo na mesma armadilha. Não há razão para explicar as "indústrias de IA" de forma diferente de outras indústrias. As contas nacionais são boas e a IA não é diferente, digamos, da geração de eletricidade ou da imprensa. Se a IA oferecer um novo valor agregado significativo no futuro, ela será incluída nos números do PIB, direta e indiretamente. O valor direto de "bate-papo gratuito com IA" não aparece no PIB até que seja monetizado. No entanto, o PIB refletirá o valor real do "chat" por meio de ajustes hedonistas de preços. Esta não será uma medida perfeita, mas uma parte do produto (principalmente não monetizada) será excluída. No entanto, será uma porção muito pequena, e a medida será boa o suficiente, assim como é boa o suficiente para os serviços do Google. Também não será muito grande. As alegações de que "os consumidores estão dispostos a pagar grandes quantias de dinheiro por bate-papos na Internet / IA" são questionáveis. Eles não são – é exatamente por isso que os preços desses serviços são baixos e a concorrência é acirrada – da mesma forma que outros serviços, como os serviços VOD. O valor agregado indireto pela IA aparecerá no PIB se e somente se a IA aumentar a produtividade em outros setores da economia, assim como a internet faz hoje. Isso se traduzirá em maior produção por trabalhador em outros setores e, portanto, maior PIB globalmente. É precisamente assim que o valor agregado "indireto" gerado pela eletricidade é representado. O valor agregado direto da geração de eletricidade é pequeno – porque a eletricidade é barata – mas a abundância de eletricidade sustenta todas as outras atividades econômicas, de modo que o valor agregado da eletricidade é gerado fora do setor de energia. Portanto, não há necessidade de adicionar nada ao PIB do setor de energia para mostrar o "verdadeiro PIB da eletricidade". Assim como nunca houve necessidade de ajustar o PIB para impressão. A maioria dos benefícios econômicos da imprensa não se originou na indústria gráfica, que, desde o início, imediatamente após a invenção de Guttenberg, causou uma deflação maciça nos preços dos livros. O "verdadeiro valor agregado da impressão" ocorreu fora do setor editorial. E é exatamente disso que se trata a IA.