Se a visão dessa garotinha desesperada, forçada a sacrificar sua própria inocência apenas para proteger sua irmã mais nova, não incendeia algo dentro de você, então você não é totalmente humano. Você desligou a parte de sua alma que deveria se importar. Você silenciou o instinto que grita quando a inocência está sendo destruída. Porque esta não é apenas uma garota. Ela é a substituta de todos os outros. As incontáveis garotas escocesas, inglesas, galesas e irlandesas que foram informadas, na verdade, que sua segurança era dispensável. Que seus corpos poderiam ser danos colaterais na fantasia utópica de outra pessoa. Ela é o que acontece quando uma sociedade decide que a "tolerância" é mais importante do que proteger seus próprios filhos. Pense no que ela teve que se tornar naquele momento. Uma criança nunca deveria ter que pensar assim. Uma criança nunca deveria ter que assumir o papel de protetor, nunca ter que tomar essas decisões sob terror. Isso foi roubado dela. Sua infância terminou no instante em que ela percebeu que ninguém estava vindo para salvá-la. E se você pode olhar para isso e não sentir nada - sem raiva, sem tristeza, sem sensação de injustiça - então você escolheu o entorpecimento. Você escolheu o caminho mais fácil. Você escolheu ficar do lado das pessoas que construíram as condições para esse pesadelo. Porque não se engane: o mal não existe apenas no homem que a atacou. O mal existe em cada formulador de políticas, cada ativista, cada covarde que deu desculpas e abriu a porta para que isso acontecesse. E a parte mais condenatória? Eles vão fazer isso de novo. Eles vão sacrificar mais mil meninas no altar de sua fé ideológica. Porque em suas mentes, cada vítima vale a pena se mantiver sua visão de mundo viva. Essa é a doença. É por isso que a raiva é a única resposta humana. Qualquer coisa menos é cumplicidade.
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